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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

05 de agosto "DIA DA CULTURA CAIPIRA"

LEI Nº 10.836, DE 4 DE JULHO DE 2001

(Projeto de lei nº 495/2000, do deputado Edmir Chedid - PFL)
Diário Oficial 05/7/2001 - Executivo Seção I

Institui o "Dia da Cultura Caipira"

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:

Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:
Artigo 1º - Fica instituído o "Dia da Cultura Caipira", a ser comemorado, anualmente, em 5 de agosto.
Artigo 2º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Palácio dos Bandeirantes, 4 de julho de 2001.

GERALDO ALCKMIN, Marcos Ribeiro de Mendonça, Secretário da Cultura, João Caramez Secretário-Chefe da Casa Civil, Antonio Angarita , Secretário do Governo e Gestão Estratégica. Publicada na Assessoria Técnico-Legislativa, aos 4 de julho de 2001.

Justificativa A instituição do "Dia da Cultura Caipira" tem por intuito auxiliar o resgate dessa cultura tão viva no interior paulista. Em muitas regiões do nosso interior ainda há aqueles cuja vida está voltada para um mundo ligado à terra, à natureza, aos costumes de seus antepassados, preservando o folclore brasileiro, bem como criando novos elementos para nossa cultura. O caipira (de acordo com o professor Valter Cassalho em Picando o Fumo, Crônicas da Roça, publicação independente, Joanópolis 1997) surgiu do sangue bandeirante, em cujas trilhas formou-se um povo mestiço, o paulista arredio, longe do controle rígido e das benesses da metrópole portuguesa e da cultura urbana das cidades costeiras. Esse povo livre das etiquetas, mesuras e outras imposições da época formou uma maneira própria de vestir, de falar, de agir, de se expressar, incorporando elementos indígenas e europeus. Quando nos referimos ao caipira descartamos o estigma imposto por algumas pessoas que o consideram um ser desanimado, ignorante, fascinado pela cultura urbana. Nos referimos na verdade ao matuto, tal como maravilhosamente interpretado pelo saudoso Mazzaropi e extraordinariamente descrito por Cornélio Pires, um ser de fibra, com personalidade marcante, cheio de si, que tem uma soma imensa de informações para a construção da nossa história. O Caipira conseguiu manter nossas mais puras tradições e produzir um rico acervo cultural que precisamos não só preservar mas incentivar. Quanto à data escolhida, além de ser o mês do folclore, a mesma refere-se ao nascimento de João Pacífico, o grande compositor de músicas caipiras. De acordo com Rosa Nepomuceno, em seu livro "Música Caipira, da Roça ao Rodeio", (editora 34, 1ª ed. 1999), João Batista da Silva Pacífico nasceu na Fazenda Cascalho, em Cordeirópolis, em 05/08/1909, neto de escravos, filho de mãe alforriada e de pai maquinista de trem. Foi um personagem lendário da música caipira e famoso compositor do sucesso "Cabocla Teresa", (1940), gravada por muitos intérpretes e cantada por milhões de brasileiros. João Pacífico deixou 256 músicas gravadas, 36 delas com Raul Torres, existindo ainda outras que estão sendo levantadas em pesquisa. Ainda de acordo com a autora, João Pacífico é uma unanimidade entre os intelectuais próximos à cultura rural, cantores de todas as gerações e violeiros eruditos que visitam seu repertório. Em 1980 recebeu o Troféu de Ouro da gravadora Chantecler e a Estatueta de Ouro do Rotary Clube de São Paulo; era detentor também das Medalhas Anchieta e Ordem do Ipiranga. João Pacífico, considerado por muitos o grande mito da música caipira, faleceu em 30/12/1998. Nada mais justo do que comemorar o "Dia da Cultura Caipira" na mesma data que se comemora, anualmente, o nascimento de um dos seus maiores representantes. Sala das Sessões, em 30-8-2000 (a) Edmir Chedid - PFL

Valter Cassalho

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