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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

"Auto da Barca do Inferno"


De Gil Vicente

A PEÇA

Situado em algum lugar além da morte, há um cais onde duas barcas ancoradas aguardam os que deixam esta vida. Uma tem como destino e direito, através das Esferas Celestiais a luz Divina da Eterna Glória do Paraíso.
A outra vai para o inferno...
Per figura, Gil Vicente faz desfilar por esse cais personagens que procuram pela barca que julgam merecer por direito ( a saber, do Paraíso). Uma a uma, figuras imponentes como o famoso Fidalgo Dom Anrique, os nossos Juiz e Procurador de impolutos decoros e condutas e até o bem conhecido Sapateiro, fervoroso devoto de Deus, surgem naquele profundo braço do mar de onde as almas só saem para tomar das duas naus. Não havendo quem deixe a desejar seguir pela barca da glória, todos declamam ao Anjo suas virtudes. Mas os olhos do Anjo e do Diabo que guardam os caminhos revelam os pecados dos suplicantes.

Nesse cais ninguém escapa do julgamento final: grandes ou pequenos, os pecados, as bravuras, as heresias, as inocências, as corrupções, as hipocrisias, tudo é revelado no tribunal no qual o diabo é promotor da humanidade.

Quase todos são condenados. As exceções são o Parvo que, morrendo criança, não se corrompeu por caminhos errados e os Cavaleiros Cruzados que morreram em nome de Cristo, redimindo seus pecados.

CONCEPÇÃO DO ESPETÁCULO

A montagem do Grupo Dragão 7, quer revelar a atualidade desse texto escrito no inicio do sec. XVI. O Auto da Barca do Inferno é um clássico que está entre as primeiras peças de nosso idioma. Escrita totalmente em verso ,foi encenada pela primeira vez em 1517 na corte de Lisboa, para deleite de Sua Real Majestade, D. Maria I “estando enferma do mal que veio a falecer”, e é considerada a obra prima de Gil Vicente um dos mais importantes autores portugueses do renascimento.
Clássico pelo tempo que a obra foi escrita pois, Gil Vicente era popular e fazia teatro de rua, de feira. Os personagens que desfilam pelo cais, como na avenida em nosso carnaval, no Brasil, desfilam pelo palco e platéia e apesar de terem sido criados há mais de 504 anos permanecem atuais, o que nos levou a esta proposta de encenação: Usar o texto absolutamente fiel ao original e nele enxertar referencias e citações atuais.
Assim, essa concepção carnavalesca da Barca do Inferno fica situada em qualquer espaço – tempo que a imaginação de cada um conduzir.
Deste modo o Grupo Dragão 7 lembra a todos nós pecadores que, somos candidatos a uma vaga neste “batel infernal”, mas sem esquecer que se trata de uma comédia e Komédia em grego, significa festa.

Duração do espetáculo:1h20
Data: 09 de outubro de 2010
Local: Praça da Matriz
Horário: 19h30

Fonte: Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal de Piracaia.

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